Os linfonodos ou gânglios linfáticos, são estruturas nodulares que fazem parte de um grande sistema de circulação linfática, presente em todo nosso corpo. Estas estruturas são constituídas por tecido linfático, que é o nosso tecido de defesa. Por outro lado, às vezes as nossas defesas são vencidas pelos tumores, e acabam por serem invadidas pelos mesmos. Por vezes o sistema linfático é atacado primariamente, como no caso dos Linfomas.
Os linfonodos estão associados a praticamente todos os nossos orgãos. Quando eles estão comprometidos pelo tumor, significa que o câncer extrapolou o local, e se localiza também nos linfonodos da região. Este fato revela que depois desta barreira, células tumorais poderão migrar pelo nosso corpo através do próprio sistema linfático.
Este é o motivo pelo qual é extremamente importante estudar os linfonodos da região do orgão comprometido, também chamados de regionais. Este estudo define se o tumor está restrito, ou se ultrapassou os limites do orgão afetado, estando localizado em situação onde possa se disseminar. O estudo dos linfonodos regionais pode definir se o tratamento será local ou sistêmico. Básicamente decide se a cirurgia exclusiva resolverá o problema, ou se haverá necessidade de outros tratamentos como a quimioterapia, radioterapia ou hormônioterapia.
Como os linfonodos estão anatomicamente localizados junto a veias, artérias e nervos, a sua retirada aumenta o tempo cirúrgico, e a complexidade do procedimento. Além disto, em determinadas regiões, o esvaziamento linfonodal pode acarretar graus variáveis de edema linfático(Linfedema), cujos maiores exemplos são o linfedema de membros superiores nos esvaziamentos axilares, e o linfedema de membros inferiores, nos esvaziamentos inguinais.
Os linfonodos por sua vez, por serem várias estruturas de defesa coligadas, tomando conta de determinado orgão, são considerados como um exército de defesa local, e por frequentemente estarem dispostos em sequência, são por analogia comparados a um grupo de soldados fazendo a defesa de um quartel.
O primeiro soldado deste quartel, que é o primeiro a receber as células da região afetada, é considerado o “Linfonodo Sentinela” . Vários trabalhos demonstraram que se o linfonodo sentinela está comprometido, outros também podem estar. Por outro lado, se ele não estiver comprometido, os demais tem mínima probabilidade de conter células tumorais.
Estes trabalhos demonstraram também que, não fazer os grandes esvaziamentos linfonodais, quando o linfonodo sentinela é negativo, é absolutamente seguro e eficiente no tratamento cirúrgico dos tumores, não comprometendo o resultado final, nem a sobrevida do paciente.
A pesquisa do Linfonodo Sentinela é nos dias atuais, uma realidade definida, e amplamente utilizada, no tratamento do Câncer de Mama e dos Melanomas(Câncer de Pele), evitando os grandes esvaziamentos linfonodais, tornando as cirurgias menos complexas, e com menos sequelas.
Vários trabalhos estão em andamento para validar a pesquisa do linfonodo sentinela em outros tipos de tumores, e torná-la rotineira nestes casos.
No Câncer Ginecológico, vários trabalhos já demonstraram a viabilidade da pesquisa do linfonodo sentinela no Câncer do Colo Uterino, e no Câncer do Endométrio, e se encontram em fase de validação, como método rotineiro no tratamento destes tumores.